quinta-feira, 17 de março de 2011

Sobre o paraíso

  Segundo o Corão, livro religioso islâmico, o homem, e nesse caso me refiro diretamente ao gênero masculino, ao morrer, caso tenha seguido corretamente as regras do livro sagrado, irá para o paraíso onde viverá uma eternidade de sombra e água fresca e uma bebida com gengibre e desfrutará de 70 virgens, digo ETERNAS virgens.
  No caso da mulher, se tiver cumprido com todos os ensinamentos do Corão, esta irá para o paraíso e viverá com uma eterna virgem, mesmo que sirva ao homem, se é que você me entende, retornará à sua forma pura, virginal...
...ok, cadê o paraíso para a mulher, minha gente? Se toda vez que houver algum "atrito íntimo" ela esteja virgem, isso me parece mais um silada, Bino! To imaginando uhul que legal, tá na hora daquelazinha, ops, tem alguma coisa no caminho e vai doer para sair!


Acho que prefiro o mármore do inferno! rs

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Ishtar



   O que dizer sobre seus olhos? Me dizem muito, mas não me deixam chegar a conclusão alguma.
   Sua singularidade e inconstância são seus melhores pontos, aliás é a fundação de toda sua personalidade. Ela é a própria Pedra de Roseta, perfeita Esfinge "Decifra-me ou devoro-te", prefiro deixá-la me devorar, e ela o faz com maestria, por vezes me desfia aos poucos, com uma paciência eterna, como se estivesse se deleitando em desembaraçar um emaranhado de fios, outras vezes com uma velocidade sem igual, me destrincha com violência com uma certa urgência de mim.

   Estudá-la é meu maior prazer, ela é infinita. Há pouco tempo me perguntou o motivo de minha natureza calada, ela não imagina o quanto falo para mim mesmo, poderia durar dias discorrendo sobre ela, mas com certeza em algum momento estaria errado e teria que reformular meus pensamentos sobre ela, e ao terminar seria obrigado a repetir o processo novamente, "Porquê sim",  "Chato", acho graça de sua cara contrariada...

   Humpf.. mal são 9 da manhã e já estou divagando... Daqui desta cama tenho a melhor vista do mundo, ela percebe que estou a observá-la e me olha com aquele ar de menina curiosa "O que foi?", "Nada", você sabe o que é... você sempre sabe.



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Ficou uma merda, foda-se, quando escrevi isso, hoje à tarde no trem, até que estava legal, mas, tá aí, não tem mais volta.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

100 anos de solidão (para fãs)

Este texto é cheio de spoilers, se você não leu "Cem anos de Solidão" mas pretende, não leia, mas se não liga para isso....

 Recentemente emprestei 100 anos de Solidão para uma de muitas tias que possuo, agora todas as vezes que nos encontramos temos como tema obrigatório, dentro de todos os que abordamos, os aspectos que temos deste livro sensacional de Gabriel García Márquez, um senhor de 83 anos que sou perdidamente apaixonada. Minha admiração por ele somente pode ser comparada à admiração que muitas mulheres têm por Chico Buarque.

                                                         Amo muito esse Senhorzinho


O modo como Gabriel aborda os vários tipos de paixões dentro deste livro é de uma forma sem igual, não encontrei nada com que pudesse comparar, infelizmente a maioria das pessoas teimam por "Memórias de Minhas Putas Tristes", um romance água com açúcar o qual você passa a sua tarde inteira para lê-lo por completo, um tanto quanto piegas, Gabriel volta na primeira fase do romantismo em que o eu-lírico tem seu amor como uma deusa e que não merece sofrer a mácula de um maldito mortal pecador (claro que tudo possui dois lados, provavelmente o personagem principal também tenha se dolorido, no fundo de sua alma, em deflorar uma menor de idade, enfim depois faço um post sobre este livro), enquanto que em 100 anos há a abordagem de amores, paixões cotidianas, muitas vezes ampliados por uma lente de aumento, mas isso não o transforma numa leitura exagerada, somente cômica, como o relacionamento entre Petra Cotes e Aureliano Segundo, que todas as noites de sexo os animais também se reproduziam e as árvores davam mais frutos.



(O mais interessante foi o modo despretensioso que peguei para ler este livro pela primeira vez, e lá estávamos eu  ele na sala de casa, eu no sofá e ele em meio à leve camada de poeira da estante, depois que o abri não quis mais soltá-lo.)


Dentre as várias paixões e amores dentro do livro, existem as paixões políticas, como a passagem sobre o Cel. Aureliano Buendía ou a revolução dos trabalhadores também liderada por um Aureliano, trabalhando além das paixões existem suas conseqüências, as loucuras que muitos homens fizeram por Remédios, A Bela ou o caso de amor proibido entre Renata Remédios e Maurício Babilonia, assim também como os ciúmes e invejas de Amaranta Buendía, os arroubos de Rebeca, Rebeca, que aliás é um personagem controverso, depois de noivar com um professor de boas maneiras, joga tudo para o alto para se casar com Aureliano Buendía.

Gabriel várias e várias vezes repete os personagens dentro da trama, porém a cada hora que um Aureliano ou um José Arcadio ou uma Remédios aparecem eles não se mostram os mesmos dos anteriores, mas é como se cada nome carregasse um fardo, um destino ou a personalidade marcante de cada personagem, é como a Grande Mãe dos Buendía descreve: todos os José Arcadio são impulsivos, extrovertidos e trabalhadores enquanto que os Aurelianos são pacatos, estudiosos e muito fechados no seu próprio mundo interior. O mesmo ocorre com as Remédios, toda Remédios é munida de um beleza ou uma aura exuberante, a primeira Remédios, além de bela, é marcada com uma pureza infantil, apesar de demonstrar certa maturidade em seu noivado, já a segunda Remédios de tão bela e pura ascende, não havia nada que ela fizesse que estragasse sua beleza (como raspar a cabeça) ou a maculasse, a terceira Remédios (Meme) sempre possuía borboletas em sua volta durante seu relacionamento com Mauricio Babilonia.

O autor também marca bastante as partes angustiantes do livro, descobri que paixão e angústia andam sempre juntos, mas essa parte sempre é mostrada de uma forma implícita, quando Meme é mandada grávida ao convento e nunca mais se tem notícias dela. Ou as dores veladas que Amaranta carrega para seu túmulo.

Mas se tem uma parte do livro que ainda não consegui entender foi a posição de García Márquez sobre o incesto, Úrsula sempre se mostrou uma personagem com grande receio de que seus filhos nascessem com rabo de porco, visto que José Arcádio é seu primo distante, coisa que não acontece com nenhum de seus filhos, entretanto ao final do livro o último dos Buendía é fruto de uma relação incestuosa entre Amaranta Úrsula e, seu sobrinho, Aureliano Babilônia, este último Buendía nasce com rabo de porco, mas por um outro lado a própria Amaranta Buendía se relaciona com seu sobrinho Aureliano José. Talvez Gabriel abomine em partes as leis do incesto, até que ponto ele acredita ser concebível?

Enfim, tentarei (ao meu modo) descrever abaixo os meus personagens favoritos do livro:

José Arcadio Buendía - Não sei por que cargas d'água teimo em comparar alguns personagens do livro com amigos, parentes e familiares. José Arcadio é um deles, vivo comprando meu pai com ele, claro que meu pai é um ser em menor grau, mas a essência é a mesma.
José Arcadio é o começo de tudo no livro, é o pai de Josér Arcadio Buendía, Cel. Aueliano Buendía e Úrsula Buendía, além de ser o fundador da cidade de Macondo, cidade em que se passa 99% da trama.
É descrito como um homem muito forte, apesar de magro, porém o que me chamou a atenção, assim como a de muitos leitores, foi a sua curiosidade combinada com a extravagância. Além de ser um homem muito impulsivo, não parava para pensar duas vezes quando uma ideia surgia em sua cabeça, sem ligar para os contras sempre botava seus projetos em prática e não se deixava abater quando estes falhavam.Fez grande par com o cigano Melquíades.

Úrsula Iguarán - Mulher de José Arcádio Buendía, não posso deixar de compará-la com minha mãe, claro!
Úrsula é a mulher que segura as pontas em todo o momento, minha tia a chama de mulher de fibra, depois de alguns pontos explicados entendi porque, Úrsula é o personagem "são" que tenta a todos os custos manter sua casa firme em meio à todas as explosões de seu marido José Arcadio, além de todos os Buendía posteriores. Eu a via como uma mulher conservadora e pouco crente à todas as novidades científicas vindas com os ciganos acreditando que todas as demonstrações dos primeiros ciganos eram puramente mágica simplesmente não perdia noites de sono como José Arcadio, preocupava-se muito mais com os problemas cotidianos em sua casa, também pouco aventureira, não era dada às empreitadas de seu marido o que a enlouquecia toda vez que este o fazia. No entanto não desqualifica sua inteligência e força de vontade, como quando começa a vender docinhos de caramelo para sustentar a casa, Úrsula é descrita como "voz da razão de uma familia de loucos", vive em torno dos 120-130 anos.

José Arcádio Buendía (Filho) - É o filho mais velho de Úrsula e José Arcadio, é a primeira reviravolta que possui dentro do livro, minha primeira grande surpresa, primeiramente ele é mostrado como uma sobra de José Arcado, O Pai, sempre o acompanhando dentro de seu laboratório improvisado do lado de fora de casa. No entanto ao se apaixonar por Pilar Ternera (uma cartomante) este se desvincula totalmente do futuro que esperava, daí Gabriel mostra os laços de confidências entre ele e seu irmão mais novo, Aureliano Buendía, contanto para este suas aventuras sexuais com Pilar. O acho um tanto quanto covarde quando este foge com os ciganos, depois de entrar em desespero ao descobrir que Pilar estava grávida. Daí há algum tempo retorna como o grande homem fodão, aventureiro e comedor, dí p/ frente ele passa em branco (pena , esperava mais desse personagem) sempre relacionado com sua mulher Rebeca (filha de criação dos Buendía)

Cel. Aureliano Buendía - Grande parte do livro é dedicado a ele, outro que apresenta várias matizes, primeiramente como o irmão mais novo de José Arcadio Buendía, é mostrado como o confidente, mais velho, depois do desaparecimento de seu irmão e a loucura de seu pai é o homem da casa, apesar de se mostrar relapso às questões domésticas é um homem engajado quando toma partido dos liberais na guerra civil de seu país (daí a patente de Coronel), mas também se mostra como a versão masculina de Amaranta Buendía, segundo Gabriel somente se apaixonou por uma mulher, na realidade uma menininha de 12 anos, Remedios Moscote, não ama mais ninguém após sua morte, apesar de ter 17 filhos, todos frutos da guerra civil. (Foi também mais comedor Buendía) Depois da guerra se torna um homem solitário, que morre fazendo peixinhos de ouro.

Amaranta Buendía - Está aí o meu personagem favorito, muitas vezes me comparo com ela, tudo bem que a comparação é um tanto quanto exagerada, mas eu a entendo perfeitamente apesar de todos os seus podres.
Não tem como não xingar esta personagem de mal-amada, invejosa, recalcada, orgulhosa e todos os outros predicados pejorativos que pudermos encontrar, mas apesar de tudo Amaranta é um personagem muito passional, apesar de ser uma passionalidade invertida, ela não externa suas raivas, angústias e frustrações, guarda tudo para si. Ela é sim uma pessoa romântica, porém amargurada, tem seu primeiro amor (Pietro Crespi) "roubado" por sua irmã Rebeca, daí para frente Amaranta tenta de todos as formar sabotar o noivado do casal, quando este se apaixona por ela, não dá a mínima atenção, consgo entender perfeitamente seu orgulho. Apesar disso Amaranta foi amada porém nunca mais conseguiu amar alguém.

Pilar Ternera - Tá aí um personagem que tem minha admiração, a cartomante é descrita como uma mulher de grandes gargalhadas e bastante decidida, vira a concubina dos Irmãos Buendía, tem um filho com cada um deles: Arcadio (filho de José Arcadio) e Aureliano José (filho do Cel. Aureliano), apesar de todos os filhos bastardos é graças à ela que a família Buendía perpetua.

Melquíades - Sem sombra de dúvidas é meu personagem favorito, se José Arcádio Buendia é o começo de tudo ele é o começo de José Arcádio, é por conta deste cigano que José Arcadio começa seus "surtos". Apesar de aparentar um papel pequeno durante todo o livro, Melquíades é de grande importância no desenrolar da trama e mesmo morto sempre está presente.

                      ( Árvore genealógica dos Buendía, não tem um leitor que não a tenha esquematizado)


Acredito que 100 Anos de Solidão seja um livro "sazonal" , a cada vez que alguém o lê, mesmo depois de anos, sempre encontra algo de novo que anteriormente seus olhos não captaram, esse é o principal motivo por tamanha admiração por este livro, seria 100 anos a descrição de América Latina?, Seriam os Buendá a representação dos latinos? e à cada nova leitura surgem novas perguntas...

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Fado Tropical

Uma vez perguntei para minha mãe se eu possuía alguma descendência étnica, ela insistiu que não...
Tá bom... se, depois de cinco gerações, o que eu possuo não são problemas hormonais (comprovado que não são) nem o sangue português que ela tanto negou, não sei o que é.

terça-feira, 13 de julho de 2010

The Day the Music Dies (Uma parte da vida com o Rock) – Um post em 1ª pessoa


Dia 13 de Julho, o dia mundial do Rock e me pergunto se o Rock ainda está vivo ou em coma induzido... Pelo menos no mainstream está.
                Me lembro quando era mais nova, lá pelos idos da minha pré-adolescência, dos 12 aos meus 14 anos me iniciei nessa vida de sexo, drogas e rock and roll... tá, só Roque Enrow* mesmo. Naquela época éramos eu e meu grupinho do colégio, todos fazendo roda e cantando das bandas clássicas que tocavam na falecida Rádio Cidade (que o Deus do Rock a tenha, e acima de tudo, que a tenha perdoado pelos seus deslizes no final), bandas como Legião Urbana, Barão Vermelho, Cazuza, Paralamas, Raimundos (essa o povo adorava, nem precisa explicar porque), sem contar nas bandas internacionais, como Rage Against The Machine, Green Day, Red Hot, U2, The Police, Nirvana, etc.
                Fui viciada em rock durante bastante tempo, só ouvia a Rádio Cidade, tinha a MTV como única fonte de informação televisiva, só comentava sobre rock, esse era meu ar. Trocava figurinhas com todos que gostavam e entendiam de música (não que eu entenda), discutia quando falavam mal de alguma banda que eu amasse, é lógico que na época achava um crime alguém falar que Legião Urbana era ruim, cheguei a chorar quando não fui ao show do Silverchair, fiquei muito puta também quando não fui ao show do Red Hot e chorei mais um pouco por não ter ido no show dos Stones na praia.

Além de claro, ser uma poser (todo adolescente que gosta de rock já foi poser um dia), blusa de bandas, calças rasgadas, pulseira de algemas, coturnos ou chinelos, olhos pintados, só de pensar me dá vontade de soltar altas gargalhadas sobre isso, achava que o roqueiro de verdade tinha que andar daquele jeito, tinha que demonstrar o orgulho pelo som que ouvia, além de toda a rebeldia no vestuário, admito que era bem legal ver as pessoas me olhando espantadas, por conta da minha calça rasgada. Ainda bem que o tempo passa, vi que minha rebeldia era vazia, simplesmente era mais uma na massa que acreditava que era Kiko Loureiro na Terra e Deus no céu.

E o tempo continuou passando e comecei a perceber certos clichês que o rock possui, na realidade que o cenário musical em si possui, só diferencia o estilo musical, comecei a ver certas apelações como, por exemplo, quando o Nightwish** finalmente aparece no meio internacional, todos aqueles góticos surgindo por todos os lados, seus clipes cada vez mais apelativos (vide I Wish I Had an Angel). Seguindo nessa linha, porém de um modo diferente, vi a queda do Blink 182, que de uma banda de hardcore, vira emocore total, não que o cd seja ruim, mas foi a primeira banda de emocore que eu vi, adimito que até gostei, mas várias outras bandas apareceram no mesmo estilo com letras totalmente piegas, no Brasil por exemplo, tinha o CPM(erda) 22, todas aquelas letras chorosas de pés na bunda, dores de cotovelo eternas, foi o primeiro passo para odiar o emo, definitivamente, sem contar que as bandas mais populares eram todas “Mais do Mesmo”.
Até mesmo a MTV ganhou um aspecto diferente, até hoje não sei se fui eu, ou se foi a MTV Brasil que mudou, ou se fôssemos os dois, tem até uma comunidade que fala sobre isso “To ficando Velho ou MTV que está um Merda?”, até 2004, 2005 ela era suportável, adorava assistir ao Pulso MTV, Gordo a Gô Gô, etc., mas comecei a reparar de como ela deixou de ser aquela TV politicamente correta e passou a ser uma TV extremamente propagandista e isso me irritou profundamente.
Foi com essas novas perspectivas que percebi que o Rock vinha gradativamente morrendo, ou pelo menos o rock de que eu gostava tanto não tinha mais espaço, algumas poucas bandas como The Strokes, Franz Ferdinand ou Kaiser Chiefs  ainda defendiam um som um pouco clássico, mas mesmo assim é algo um tanto quanto local de mais, Strokes é uma banda muito Garagem Nova Yorquina enquanto que Franz é uma banda um tanto quanto Pub; por conta dessa tal “desilução” com a ideologia do Rock  me vi mais complacente quanto aos meus gostos musicais, passei a ouvir mais música brasileira, caí de cabeça no samba de raiz, além de me aventurar um pouquinho pelo rap, comecei a procurar mais por coisas novas como músicas latinas em geral (me apaixonei perdidamente por Gotan Project, Orishas, Mercedes Sossa), além de descobrir sons balcânicos, como Golgol Bordello, Beirut e Devotchka; já que as rádios não proporcionavam mais descobrimentos, nessa altura do campeonato a Rádio Cidade já havia acabado e a Oi Fm era um bomba, por conta disso me afastei de quase todo o tipo de rock and roll, apesar de ter baixado muitos cd’s não era mais antenada no meio cultural como era antes.
 Comecei a me reencontrar com este meio (essa foi romântica, rs) agora na faculdade, com tantas informações, pessoas novas, acabei achando a essência daquela menina de 12 anos que ouvia rock, claro que menos adepta à ideologias. Enfim, esse texto totalmente, egoísta e em primeiríssima pessoa, cheia de “eus” foi um desabafo, seguida de um protesto, sobre a saudade que tenho de uma época que não me pertenceu, mas que ainda pude ouvir, são poucas as vezes que posso falar que tal som é bom e que ela pertença ao rock, mesmo porque falar do o que é rock hoje é algo muito vago e ao mesmo tempo abrangente de mais, afinal de contas o pop agora é indie (não que não goste, curto muitas coisas quem vêm da Indie Music), porém indie é rock? Não é rock?
De fato o rock se encontra num estado de coma, ou eu que sou muito alienada, ou os dois, não quis dizer que não exista mais o Rock n’Roll, mas existem poucas bandas que o defenda, como por exemplo: The White Stripes e todos os projetos do Jack White, Foo Fighters, Pearl Jam, Metallica defendendo o metal (que se redimiu com o Death Magnetic, pois o Saint Anger realmente me deixou com raiva de tão ruim que foi aquele álbum), além do AC/DC que ressucitou das cinzas, entre muitas outras bandas, porém não são o suficiente para aquele espírito rock que tinha há uma década atrás. Ou será que era só impressão minha? O que sentia era só uma euforia por conta de toda a moda poser?? Vai saber...

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*Roque Enrow – tive que parafrasear Rita Lee em “Esse tal de Roque Enrow”
** Eu ainda escuto Nightwish, mas aprendi a ver a diferença entre o som da banda e a propaganda por trás dela.
*** Johnny Cash dá de 10 no Elvis
**** Odeio Beatles
A trilha de Hoje tem The Smiths, R.E.M., Pearl Já, Nirvana, The Cure, Siouxsie and The Banshees, Rush, Rage Against The Machine, Legião, Johnny Cash, The White Stripes, No Doubt, The Vines, Audioslave, Metallica, Temple of The Dog, Stone Temple Pilots, The Hives, Red Hot

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O Esconderijo Perfeito

 Antes de começar, uma breve explicação: Pensar é a minha maior compulsão, porém poucas vezes a preguiça me dá folga para organizar meus pensamentos, esse final de semana foi um desses raros dias, eis a baixo um, dos muitos frutos (escritos ou em pensamentos).

   Por entre aquelas quatro paredes eles fizeram seu mundo, cheio de sussurros e gemidos, palavras doces e frases amargas que se misturavam e se perdiam em baixo dos lençóis jogados num canto.  Alí eles se inventavam, descontruíam e reconstruíam, ora reais ora fantasiosos, não tinham nomes,  bandido e mocinha, Pierrot e Colombina, Adão e Eva em seu próprio paraíso, onde se deleitavam com os frutos proibidos, não davam a mínima afinal eram também deuses. Não tinham pudores, deixaram todas as regras societárias em baixo do capacho, do outro lado da porta. Não davam a mínima se os vizinhos ouviam, o mundo poderia vir à baixo, já haviam incediado aquele quarto várias e várias vezes. Para eles pouco importava se era dia ou noite, estipulavam seu próprio horário, poderiam ter sido dias de luxúria, preguiça e gula, mas sabe-se lá se foram dias... poderia ter sido algumas horas, aquele momento foi eterno, pararam o tempo e fizeram durar semanas. Eles se bastavam, não tinham contas à pagar, se a luz fosse cortada, no escuro era mais interessante, improvizariam com velas, a fome que sentiam eram deles próprios, por vezes misturados no chocolate, ou temperados no suor, cada um queria levar um pedaço, puxões, arranhões e mordidas. Chegaram a tal ponto que não se comunicavam mais por palavras, conversavam por olhares, sentiam a vibração da pele do outro, juravam que chegaram a sentir um leve choque, quem sabe? Mas chega a hora de se afastarem, eles sabem que a distância é necessária, a pesar de sempre quererem mais, sabiam que na volta seria melhor e era boa aquela saudade que torturava e ao mesmo tempo lhes arrancavam sorrisos ao lembrarem aqueles momentos.

 E no meio tempo ela arruma seu mundo, esperando ansiosamente para que ele torne a vir a baixo...

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Trilha de hoje:
John Legend - Save Room (for my love)
                                           - PDA (We Just don't Care)
                                           - Another Again
Eryka Badu - Love of My Life
Joss Stone - Music

terça-feira, 22 de junho de 2010

Beleza Virtual


              Na semana passada vazou na internet uma foto da atriz Carol Castro para uma revista, destas de “beleza”, “saúde”e “boa forma” sem photoshop, ou seja, Carol Castro em suas reais formas. Meu primeiro pensamento foi : “Cinderla saiu do baile à meia-noite”, mas logo depois pensei de uma forma diferente : “cara, qual a diferença do corpo dela para o meu?”.

                O que me leva a seguinte revolta: então, quer dizer que 90% daquelas atrizes que aparecem nessas capas de revistas não são reais! Ok, disso eu já tinha total noção, mesmo antes dessa foto rolar na net, mas simplesmente o aparecimento desta foi a confirmação de tudo aquilo que eu já sabia, só não imaginava que fossem tão normais quanto nós, simples mulheres mortais. Ou seja, corremos atrás de um modelo quem nem mesmo as modelos que nos são apresentadas possuem! Ou pelo menos grande parte delas. Me lembro de quando a Playboy da Juliana Paes saiu, foi um verdadeiro bafafá pois havia uma foto em que mostrava algumas celulitezinhas da atriz, adorei a resposta dela: “Qual a mulher que não possui? Eu também tenho”.
                E quando eu mostrei para alguns amigos meus, 90% deles falam que não ligavam se ela estava “photoshopada”ou normal, a maioria deles não buscam aquele estereótipo de  mulher de barriguinha reta, seios fartos e pernas grossas e malhadas, ou aquela esguia, longilínea, a maioria disse que no quesito corporal, preferirem as normais. Como Léo Jaime já havia dito: celulite que dizer mulher gostosa em braile (eu tenho cá minhas reservas quanto celulites, tenho as minhas, as aceito, porém, se ficarem muito absurdas, como um sofá, tenho sérios motivos para me preocupar), Tico Santacruz também é um adepto da mulher normal. Infelizmente ainda existem aqueles 10% de que gostam das mulheres da revista, um dos meus melhores amigos prefere esse tipo de mulher. Porém estes 10% são só para os amigos que eu fiz a pesquisa, são muito mais que 10% aí fora, pode pôr, por baixo, uns 30%.
Mas porque mesmo assim, com estas provas nos preocupamos tanto como nós estamos? Poque sempre estamos preocupadas com nossas balanças?  Simples, além de claro, uma grandíssima imposição midiática, que sempre nos estampa nas capas das revistas, em outdoors e em programas (nem um pouco construtivos e informativos, que muito gente assiste por aí) de tv que mostram mulheres belíssimas, que juram até a morte que não fizeram uma visita ao Sr. Bisturi, há também esses 30% que nos incomodam constantemente, mas a pior pressão vem de nós mesmas, sabemos muito bem que nós mulheres somo pessoas, digamos assim, um tantinho invejosas (somos sim! E a mulher que contestar issoestará faltando com a verdade para com ela), é de concordância geral de que nós nos vestimos para as outras, muito raramente nos vestimos para os outros, claro que nós queremos ser elogiadas de vez em quando, mas principalmente, se alguma mulher nos elogiar, sabemos que ela deu o braço a torcer. Logo mistura-se a influência da mídia, mais a pressão masculina sobre as preferências nacionais e botamos nós mesmas nessa panela, e está pronto a recita perfeita para fazerem as academias, consultórios de cirurgias, spa's (para quem pode) lucrarem bastante com nossas paranóias.
Só gostaria no final, de agaradecer à própria Carol Castro, infelizmente ela foi sacaneada,  pois não esperava que tal coisa acontecesse com ela, mas que se não fosse pela foto divulgada muita gente teria ainda a ideia de perfeição em suas cabeças. Não estou dizendo que ela mudou o mundo, nem chegou perto, mas muitas meninas e mulheres ficaram aliviadas. Ela não deveria ficar irritada neste sentido, muitas mulheres ficaram felizes em saber que ela também é tão normal quanto 95% da populacão feminina mundial. Só deixo em aberto uma última questão, porque essa supervalorização da imagem? Eu sei que imagem é importante, mas porquê chegar ao ponto de mostrar ao mundo algo totalmente falso e plástico? Bom acho que isso vai ficar para um outro post.